Poucas polêmicas do mundo mobile têm tanta repercussão quanto a de quando se descobriu que diversas das principais fabricantes de smartphone trapaceavam nos aplicativos de benchmark. Na época, Samsung, ASUS, Sony, LG e outras foram os alvos da polêmica
Basicamente, quando o aparelho detectava que um aplicativo de benchmark estava rodando, o hardware aplicava uma espécie de “auto overclock” artificial. Assim, as pontuações obtidas não condiziam com a potência do dia a dia do smartphone.
Quando tudo foi descoberto, quase todas as envolvidas na trapaça deram desculpas afirmando que isso na verdade era uma função que utiliza mais do hardware quando ele é requisitado. Pura bobagem. Pelo menos, prometeram não continuar com isso e de fato, depois de um tempo, pararam.
Mas parece que algumas fabricantes chinesas não lembram do caso de alguns anos atrás e foram pegas no flagra fazendo praticamente a mesma coisa. É o caso de pelo menos Xiaomi e Meizu.
Um teste revelou que o OnePlus 3T, por exemplo, mantém núcleos de seu processador em clocks acima do que deviam estar durante o uso de certos aplicativos. E claro, alguns deles são de benchmarks. Outra empresa identificada na prática foi a Meizu, que tornou isso possível com uma atualização ao Pro 6 Plus.
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Por que não é uma função?
Diversas fabricantes colocam hoje a possibilidade de alternar entre modos de performance, o que é interessante. Quando o mais importante é a bateria, o usuário pode alterar a performance para inferior.
E é natural que certos aplicativos ativem o uso maior do processador, por exemplo. Contudo, nos dois casos acima, os aplicativos que ativam a função são listados “por nome”. Ou seja, as fabricantes deliberadamente miraram aplicativos populares de benchmark.
Como o propósito de benchmarks é testar a performance natural do smartphone em comparação aos outros, algo assim acaba com a neutralidade. É uma ação deliberadamente de trapaça.
Em resposta, a Xiaomi afirmou que:
“Para dar aos usuários uma melhor experiência em apps e jogos pesados, especialmente os que requerem muito graficamente, implementamos certos mecanismos nas builds Nougat para o processador rodar mais agressivamente. O processo de ativação para apps de benchmark não estará presente nas próximas builds do OxygenOS do OnePlus 3 e OnePlus 3T.”
Por enquanto a Meizu não se pronunciou. Vamos ver se a novela acabará por aí, pois isso certamente fará novos testes serem realizados para descobrir outros trapaceadores.
Fonte: XDA